sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Capitulo 13 – Maldição do Casulo


Sara explicou para o Arcebispo Roberto e para o padre Felipe toda sua trajetória desde o inferno, algo que acreditaram somente pelo fato de terem uma morta viva na frente deles.

- Sara, você esta apodrecendo a cada dia. E percebo que não tem condições de você continuar assim, logo você estará derretendo literalmente – disse Felipe olhando sério para o corpo dela.

Sara o olhou brava por um momento, mas no fundo sabia que ele tinha razão – Sim, eu sei disso. A brecha para sair do inferno me jogou neste corpo e não sei como resolver isso...

- Possessão... – disse o Arcebispo a encarando sério.

- Como assim? – Sara o olhou assustada – eu não invadi este corpo, eu fui de alguma forma obrigada a entrar nele.

- Não menina. Infelizmente tenho a solução para você. Seu corpo só esta morrendo porque você possuiu um corpo morto. O correto seria saber se você pode ou não possuir um novo corpo. Felipe, uma de nossas freiras foi atacada por um Gárgula a alguns anos e esta em coma desde então. Gostaria de tentar um experimento.

- Desculpe Arcebispo – disse Sara tentando soar o mais educada possível – eu não sou um rato de laboratório para você ficar fazendo testes, quero apenas ir embora, já estou cansada disso tudo.

- Você tem algum lugar para ir? Você tem algum objetivo de vida? Você sabe o porque de estar aqui? – disse o Arcebispo calmamente – Sara você só esta aqui por algum motivo que não compreendemos, você só esta aqui por Deus deixou.

- Tenho medo de Deus não estar envolvido nisso tudo – ela disse o encarando sério.

- Não custa tentar Sara, pior que você esta não fica – disse Felipe dando um leve sorriso e quase levando um soco em seguida.

Ambos andaram por vários corredores do Monastério, desceram várias escadas e foram indo cada vez mais fundo naquele antigo prédio situado no centro de São Paulo.

- Sara, preciso ser sincero com você. É muito difícil acreditar na sua historia, mas sei que é verdade. E sabemos também que algo errado esta acontecendo, anjos morrendo, guerras em brechas celestiais, algo lá fora esta tramando por algo e não entendemos o que é.

- Felipe eu só queria parar com meu tormento, e todos os caminhos que segui me trouxeram de volta para cá, não sei ainda o porque, mas sinto que em breve vamos descobrir.

Eles chegaram em um corredor que parecia uma ala hospitalar. Ali gemidos de dor e o cheiro rançoso de carne podre trouxe a Sara a lembrança do inferno. Eles caminharam até um quarto onde duas freiras os aguardava olhando para o chão.

Sara entrou no quarto e ali havia uma jovem moça com cabelos loiros, com os olhos abertos e uma respiração ofegante. De tempos em tempos um aparelho pingava colírio em seu olhos enquanto equipamentos médicos mediam sua pressão e pulsação.

- Está é a Juliana, Sara. Era uma caçadora como eu. E ao caçar um Gárgula foi congelada em uma antiga maldição. Os gárgulas tem como arma congelar os oponentes no plano espiritual, deixando assim suas vitimas em estado vegetativo. Após testes notamos que a alma dela não esta completamente pressa a este corpo e não é aceitável que a matemos para livra-la deste tormento – ele a olhava com carinho – ela esta deitada ai há cinco anos.

- Você era próximo dela?

- Ela era minha irmã... – ele disse enxugando uma lágrima.

Roberto entrou no quarto e a olhou com seriedade – Sara, quero ajuda-la, mas preciso saber se você também irá nos ajudar? Não sei ao certo o que você pode fazer, mas os Padres que trabalham comigo podem matar, desde demônios a vampiros de uma maneira rápida e fácil. E não queremos mata-la no futuro. Então você esta conosco ou não?

- Sim, estou com vocês, e sinto de alguma forma que devo ajuda-los por terem me libertado daquela velha demoníaca que tentou me enganar.

- Então, temos um acordo – disse Roberto desligando os aparelhos que mediam a vida do corpo de Juliana – você agora deve ocupar este corpo Sara.

- Eu não sei como fazer isso! Nunca possui ninguém! Já disse.

Felipe a olhou com calma e se aproximou da irmã - Pelo meus estudos Sara, é necessário que você saiba o nome completo da pessoa e seu maior medo para que você possa ocupar o corpo, ou você precisa beber o sangue dela. O que prefere tentar?

- Eu não sei... – Sara se sentia mal, enjoada e começou a quase desmaiar. Suas pernas amoleceram e ela caiu.

- Felipe, ela esta perdendo este corpo, não temos tempo, vamos tentar pelo Sangue! – disse Roberto aparando o corpo dela.

Felipe estava atordoado, quase travando com a pressão, mas respirou fundo. Se aproximou de sua irmã, lhe deu um beijo na testa e se despediu com um pequeno adeus. Com seu canivete cortou o dedo de sua irmã e apontou o dedo na direção de Sara, Roberto a empurrou em direção ao dedo e Sara começou a sugar o sangue de Juliana.

Todas as luzes se apagaram por um momento, e o corpo de Sara se espatifou completamente vazio no chão. Antes de abrir os olhos em seu novo corpo Sara ouviu ao longe...

- Obrigada.



***



Tom estava aturdido no chão ao notar que sangrava ainda mais.

- Você não entende Léo, você não entende....

- Acho que somente você que precisa entender algo seu demônio do Inferno – ele então preparou um novo soco e foi novamente em direção a Tom.

- EU SOU UM ANJO! – gritou Tom olhando firmemente para Léo, fazendo com que ele parasse um novo soco que estava a caminho.

- Você não me parece um anjo sangrando deste jeito – disse Léo se sentindo com uma força incrível - E anjos não matam humanos, anjos os protegem!

- Anjos também equilibram as coisas meu amigo, anjos como Lucifer, revolucionam as coisas – Tom olhava com raiva os seguranças que tentavam ajudar o amigo que estava possuído até pouco tempo atrás.

- O que você quer? – Léo disse o olhando com uma raiva crescente.

- NÓS QUEREMOS SEU MUNDO!



***



Sara se levantou em seu novo corpo, olhando a todos meio aturdida pela transferência.

- Adeus Juliana... – disse Felipe baixinho.

- Ela esta bem Felipe, eu lhe garanto – Sara disse colocando levemente a mão em seu ombro. Neste momento um calor passou pelo corpo dela, e seus cabelos foram aos poucos ficando ruivos – Nossa! Não sabia que isso era possível.

- Nós também não – disse Roberto, demonstrando um leve sorriso de contentamento por tudo ter dado certo.

Nesta hora passos rápidos vieram correndo pelos corredores. E um Padre apareceu ofegante na porta.

- Arcebispo... aconteceu de novo.... temos uma nova atividade espiritual no Aeroporto.

- Vamos Felipe, acredito que esta é a nossa deixa. Sara você vem conosco. Te explicamos todos os eventos que aconteceram no aeroporto no caminho.

Todos saíram as pressas para as SUVS paradas no estacionamento do monastério. Ao entrar no carro Felipe entregou uma medalha de São Bento para Sara. Ela a colocou no pescoço enquanto observava o sol se pondo por trás dos prédios. Felipe a observava com uma certa admiração enquanto analisava se suas facas e pistolas estavam em pleno funcionamento.



***



Por um leve vacilo após ouvir os plano de Tom, Léo toma um soco fortíssimo o que o faz voar longe. De uma forma estranha ele consegue se levantar, sem nenhum arranhão. Tom o observa intrigado, mas avança rapidamente para um novo ataque. Então um tiro perfura a cabeça de Tom, o derrubando na hora! O corpo treme, e um silêncio toma conta do ambiente.

Todos olham para trás e veem sete padres e um moça ruiva, atrás dos seguranças do Aeroporto.

Felipe guarda sua arma e caminha lentamente por entre os seguranças que estão acudindo seus parceiros de trabalho.

- Fiquem tranquilos amigos, viemos para ajudar.

As luzes se apagam, um blecaute geral. Um vento gelado toma conta do local e todos os seguranças desmaiam, juntamente com os passageiros e funcionários do aeroporto.

Felipe tira duas facas de sua cintura, enquanto os outros Padres fazem o mesmo.

- Se preparem! Eles estão vindo.

Um homem entra correndo pelo aeroporto com uma faca na mão e ao se aproximar do grupo que está atento corta a própria garganta, ele despenca aos pés de Felipe que o olho com dá no olhar.

- Ele fez o Sacrifício de Sangue para os demônios, todos são inimigos agora – um dos Padres aponta a faca em direção a Léo e a Luana.

- Estamos bem cara, não somos o inimigo! – disse Léo. Felipe o olha de relance e apenas sorri.

- Se você não é um deles nos ajude! – Felipe então joga uma faca benzida nas mãos de Léo.

- O que faço? – disse Sara a Felipe, se encostando em uma parede.

- Apenas aguarde e tente não morrer de novo.

Apenas a luz da Lua iluminava as grandes janelas do aeroporto e um silencio fúnebre tomava todo local. Um gemido tomou conta de todo aeroporto. Os seguranças começaram a se levantar de uma forma estranha, seus olhos brilhavam vermelho o mesmo som era notável em todo aeroporto.

- É agora rapazes – Felipe se posicionou e furou o estomago do segurança que voava em sua direção – cuidado eles estão com armas.

Um dos seguranças começou a atirar na direção deles sem mirar, mas acabou acertando um dos padres. Os outros seguranças se atiravam em cima dos Padres tentando morde-los.

- Matem todos rápido – não deixem que sacrifiquem estes corpos!

Léo se desvencilhou de um ataque e enfiou a faca nas costas de um dos seguranças.

- Estou matando inocentes cara, o que esta acontecendo? – gritou em direção a Felipe.

- São demônios! Eles possuem os corpos e se sacrificam para gerar energia negra e assim trazem novos demônios – Felipe atacou mais um segurança e continuou a explicação enquanto lutava bravamente – eles consomem o sangue para se fortificar, e se sacrificam para invocar mais demônios. Nossas facas impedem que eles sangrem muito, assim eles não se fortalecem.

- Entendi, mas vamos matar todo mundo?! – Léo neste momento salvou Luana de um ataque de uma atendente possuída.

- Somente a luz pode afasta-lo em massa. Luz Branca! Neste momento minha equipe esta tentando trazer a luz de volta – Felipe nesta hora escorregou no sangue de um dos demônios, um deles ao notar o vacilo correu em sua direção com a faca de um dos Padres mortos na mão. Sara ao ver a cena correu em direção ao Demônio e o agarrou, neste momento de dentro do seu corpo sombras em formato de vidro furaram o corpo do demônio de forma bruta e dolorosa, ele guinchou de dor e caiu no chão morto.


Sara então viu outro demônio tentando atacar Felipe enquanto ele levantava, ao tentar ajuda-lo ela foi agarrada por uma passageira possuída que a jogou para trás e tentou morder o pescoço dela. Sara se esquivou e ao tentar se levantar seus cabelos foram puxados, cortando todos os dedos da possuída. Sara então percebeu o que estava acontecendo. Ela podia atingir os demônios de forma direta e então partiu para o ataque.

Suas unhas rasgavam o corpo dos demônios com uma facilidade incrível, ela a cada morte se sentia melhor, como se estivesse esvaziando um pouco os tormentos do inferno. Seu cabelo clamava pelos dedos demoníacos que a cercavam, e seu cabelo ruivo ficava cada vez mais ruivo com o sangue dos demônios que a agarravam. Ela estava em um frenesi de mortes seguidas quando todas as luzes se acenderam.

Todos os possuídos congelaram, um a um eles foram caindo e a escuridão maléfica que havia tomado conta do aeroporto se dissipou.

As pessoas choravam e se desesperavam sem saber o que havia acontecido, e nesta hora um ônibus com vários padres e freiras entraram no aeroporto oferecendo ajuda, conselho e acolhimento a todos possuídos que no momento estavam em estado de choque.

Felipe se aproximou de Sara cheio de sangue, e em seu olhar era notável um misto de medo e admiração, ela o observava esperando um julgamento ou até mesmo uma facada no abdômen, mas ela sentiu que ele confiava nela, ou ao menos na imagem da irmã dele.

Léo se aproximou também todo coberto de sangue como ambos, atrás dele Luana e Fran que acordava aos poucos mais ainda estava aturdida com a pancada que levou.

- Vocês estão bem – disse Felipe, recebendo um aceno de cabeça positivo de Luana e de Fran e de todos sobreviventes da sua equipe de Clérigos Guerreiros. Ele então olhou para Léo e repetiu a pergunta.

- Estou bem cara, só estou um pouco atordoado com tudo isso.

- Eu conheço esta voz – disse Sara – Eu ouvi esta voz enquanto estava no inferno! – ela então deu um passo para trás com medo de que pudesse ser mais uma armadilha dos demônios.

- Eu também lembro de você, tudo isso começou a partir do momento que ouvi sua voz! Se você estava no inferno o que você esta fazendo aqui? - Léo disse ansioso.

- Teremos tempo de conversar na hora certa! Ainda estamos em perigo aqui – disse Felipe.

- Acredito que temos muito que conversar Padre. Preciso realmente entender o que Padres, Freiras, Demônios e uma ex moradora do inferno fazem por aqui.

Felipe o olhou com calma, observando seu colar e suas tatuagens nos pulsos escondidas por pulseiras e um relógio então disse.

- E eu preciso entender o que um Gardian faz com um anel de Vampiro no dedo.

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