sábado, 24 de abril de 2010

Capitulo 03 – O Rio Estige

Enquanto eu caminhava para o vale de árvores falantes eu comecei a pensar na minha família e nesta hora percebi o quanto sentia saudade deles, estariam eles vivos ainda? Eu não tinha como saber, ou teria? Decidi me ocupar com este pensamento um pouco mais tarde.

As almas suicidas em forma de árvore de certa forma me causavam calafrio mas percebi que após lutar com a cadela do inferno eu estava mais tranqüila e confiante no meu futuro se é que ele realmente existia.
Foram algumas horas de caminhada até eu voltar ao lado do rio de lava onde sofri durante anos, percebi que a caminhada foi mais curta levando metade do tempo que eu tinha levado anteriormente, estaria eu andando mais rápido ou apenas minha noção de tempo e espaço haviam mudado?

Atravessei o vale de arvores e corri das flechas dos centauros que a uma longa distância disparavam em direção as almas condenadas á minha volta. Visualizei o Tom sentado na pedra me esperando, quando me aproximei não atravessei a linha vermelha por pura desconfiança que algo podia dar errado.

- Olá Tom! – eu disse sorrindo para ele.
- Você sabia que fica muito mais bonita com dentes – ele disse dando um sorriso tímido em minha direção.
- Eu imagino que sim – eu disse rindo.
- Fico feliz que você tenha conseguido voltar “viva” – ele deu ênfase na palavra viva.
- Tom eu tenho algumas perguntas a te fazer.
- Teremos tempo para conversar, por favor me acompanhe e seguiremos seu caminho para conquistar seu cabelo. Não se preocupe, esclareço todas suas duvidas quando for à hora – ele me disse quando observou que eu não havia me mexido.
- Tom, estou com medo... eu sinto como se estivesse saindo de um lugar perigoso para um lugar mais perigoso ainda. – eu disse de cabeça baixa.
- O que você tem a perder Sara? Quer voltar para sua tortura e esperar até o fim da eternidade? Te garanto que vai demorar.
- O que fiz para merecer ajuda Tom?
- Você apenas fez o que era o certo, aceitou seu fardo e cumpriu a punição que lhe foi escolhida por quarenta anos.
- Mas Tom porque quarenta anos? - eu disse olhando firme nos olhos dele.
- É o tempo mínimo a se ficar no inferno Sara, acima disso suas chances de escapar daqui ficam cada vez menores. Você precisa entender que aqui no inferno o tempo corre de forma diferente em cada andar que passarmos.
- Como assim? O tempo aqui corre normalmente consigo perceber isso.
- Sara, faz quanto tempo que você saiu daqui e entrou naquela floresta? Quanto tempo você acha que deu ate você entrar lá lutar com a cadela e voltar para cá?
- Foram algumas horas, cerca de 6 horas a 7 horas contando toda minha caminhada de ida e volta.
- Eu estou te esperando aqui faz 07 meses Sara.

Eu fiquei pasma, como assim isso era impossível, eu estava ciente do tempo.

- Não pode ser Tom, eu tenho uma noção de tempo muito boa. Posso jurar que não fiquei tanto tempo fora.
- Não se preocupe, tempo não é problema para mim, só preciso cumprir minha missão com você.
- Me perdoe por demorar tanto Tom – meu olhar era triste, como ele conseguia ter tanta paciência? – Tom, me desculpe mesmo eu não queria te fazer esperar tanto!
- Sara, o tempo não existe, nos controlamos o tempo... Por exemplo quando estamos felizes o tempo passa rápido, simplesmente porque queremos curtir cada minuto, quando estamos sofrendo o tempo não passa porque simplesmente desejamos que ele passe rápido. Não me preocupo com o tempo pois aprendi a respeitá-lo e o que são sete meses comparado há 20 anos?
- Como assim 20 anos?
- Foi o tempo que esperei até você levantar sua cabeça da lava e segurar no ferro que lhe estendi, depois de todo este tempo finalmente consegui “pescar” você – ele disse sorrindo.
- Nossa … obrigada... e desculpe mas é complicado de se entender.
- Não se preocupe com o tempo Sara você se acostuma, vamos andando?
- Sim – eu disse enquanto criava coragem para me mover.

Caminhei em direção a linha vermelha de dentes que me prendia naquela espaço e quando passei pela linha esperei por uma rajada de dentes que me perfurariam inteira, mas isso não aconteceu. Alguns passos na frente vi o olhar de Tom que simplesmente sorriu para mim por causa do meu medo. Acelerei meus passos e fui caminhando ao lado dele.

- E agora Tom ?
- Agora vamos procurar por seus cabelos, mas antes precisamos de um par de olhos para você.
- Mas eu tenho olhos Tom – disse incrédula.
- Eu sei, mas você precisa de olhos para barganhar pelo seu cabelo, já que iremos falar com um dos grandes membros do inferno e ele não pode ser enganado, pelo menos eu acho que não.
- E quem é ele? – eu disse curiosa.
- Não temos autorização para falar o nome exato das pessoas no inferno por isso nos o chamamos de Nido.

Nido, nome estranho e tinha certeza que nunca tinha ouvido falar, seria um apelido, uma abreviação ou um anagrama? Tentei não me aprofundar neste pensamento e continuei caminhando com o Tom em direção a uma porta vermelha muito grande com corpos pendurados.

- Sara, tenho que te lembrar que você não está livre aqui no inferno.
- O que você quer dizer?
- Que logo irão caçar você, só estou tranqüilo no momento pois sei que ainda não se deram conta que você saiu do seu tormento eterno.Quando perceberem isso começaram a te caçar e é por isso que temos que andar rápido.
- Mas eu estou morta então eles na podem me matar – eu disse rindo.
- Eles podem não te matar, mas podem fazer você sofrer muito e com certeza te arrastaram de novo para o rio de lava.

Nesta hora juro que senti um calafrio. Eu até então estava levando o fato de sair do inferno como um passeio ao parque e então me toquei de que eu não podia vacilar nesta tentativa de sair daqui.

- Tom e se capturarem você?
- Eles não podem me ver nem me tocar Sara. A única que irá sofrer caso eles nos alcancem é você!
- Como assim? Você está aqui, estou te vendo.
- Sara eu sou um espírito evoluído ou um anjo dependendo do ponto de vista. E por ser diferente tenho imunidade divina aqui, e só tenho uma chance de tira - lá do inferno, então por favor, vamos continuar caminhando.

Nesta hora que percebi que havia parado de andar e estava apenas conversando com o Tom há algum tempo, e como minha noção de tempo não estava funcionando me preocupei em quanto tempo havia perdido com aquela conversa.

A caminhada foi rápida, mas estava com uma sensação estranha, percebi que os cacos de vidro dentro de mim se remexiam levemente me causando uma leve dor.

- Tom, estou sentindo uma dor no meu estômago. É como se os cacos de vidro dentro de mim estivessem se movendo.
- Eles estão Sara... daqui pouco tempo se tivermos sorte estes cacos de vidro estarão no lugar de suas antigas unhas.
- Mas isso é possível?
- Sara, você está no inferno nada aqui é estranho ou impossível.

Concordei com um leve sorriso, e me senti bem. Como um estranho poderia ter tanta paciência comigo?
Cada passo que eu dava nos trazia cada vez mais perto de uma imensa porta vermelha, e quando fui me aproximando cada vez mais percebi que a porta era feita de corpos que se moviam de forma diferente, alguns demonstrando alegria outros desespero. O vermelho da porta vinha de um sangue que escorria da parte de cima da porta por um vão em forma de lua invertida, ela media uns 20 metros de altura.

Tom apenas me olhou e disse:

- Pode começar a escalar, seu objetivo é aquela senhora loira no topo desta porta.

Olhei devagar para cima e lá vi uma mulher loira que parecia em êxtase, virando e revirando os olhos enquanto gargalhava. Não sentia pena dela porque parecia que ela estava sorrindo, mas então percebi que os corpos de todos na porta estavam unidos, e eram rasgados de tempos em tempos, e as gargalhadas apareciam em vários rostos que não eram escolhidos para a tortura daquela vez. Uma tortura eterna e quase indescritível.

- O que devo fazer? – disse enquanto observava a porta.
- Comece a escalar estes corpos em direção a loira, – nesta hora percebi que só havia uma loira na porta - quando chegar ao topo, se concentre no calor da porta e com o vidro que sair de sua mão retire o olho dela. – o olhar do tom para mim foi tão direto nesta hora que percebi que não tínhamos mais tempo para minhas perguntas.

Com um pouco de receio comecei minha escalada apenas focada na loira no topo da porta. As pessoas que sorriam por terem conseguido a sorte de se liberar da porta não faziam nada apenas gargalhavam, enquanto que as pessoas que estavam sendo rasgadas tentavam de inúmeras formas me puxar para se livrarem.
Foram duas puxadas fortes e senti que minha perna seria arrancada logo. Com força comecei a chutar a cabeça das pessoas que me agarravam enquanto escalava a porta me apoiando nas cabeças e braços dos condenados.

O sangue denso escorregava e a cada gota que me tocava os vidros em meus estomago se remexiam. Após muito esforço cheguei à mulher loira que estava agora em desespero enquanto suas pernas e braços eram rasgados. Me concentrei no calor da porta e olhei para ela enquanto seu olhar assustado me causava arrepios. Devagar o vidro foi saindo de minha mão e rapidamente o enfiei no olho dela que começou a chorar e a gritar, com força segurei no cabelo dela e retirei o outro olho. Ao olhar em volta percebi um pedaço grande de pano molhado com sangue como se fosse uma bandeira, puxei o pano e transformei ele em uma trouxa de roupa onde coloquei o par de olhos.

Ao descer escorrei no sangue e só não tive uma queda de mais de 10 metros de altura porque alguns dos corpos pendurados me seguraram enquanto eu caia, assim que pude me livrei das mordidas e puxões que eles provavelmente me dariam.

Cheguei ofegante ao chão, e sem falar nada para o Tom abri a bandeira e lhe mostrei o par de olhos azuis. Nesta hora que percebi que a bandeira era da França e estava toda manchada de sangue a tornando quase irreconhecível. Com força rasguei a bandeira em lugares estratégicos e consegui cobrir meus seios e minhas genitais, com uma espécie de mini saia, pelo menos era melhor que andar pelada por ali, mesmo sem cabelo nem unhas eu me senti melhor fazendo isso.

Tom esperou paciente que eu cria-se e pusesse minha nova vestimenta após fazer isso eu lhe dei um ok com a cabeça e então percebi sua cara de tristeza. Por extinto me deixei olhar para trás e então vi cerca de 10 demônios correndo em nossa direção.

- Corra Sara, escale a porta e entre pela saída do sangue.
- Mas eu não sei se vou conseguir Tom.

Nesta hora ele me empurrou porta acima e se certificou se eu ainda estava com os olhos.
Com força e cuidado eu voltei a escalar a porta, pisava rapidamente na cabeça e ombros dos condenados e ia alcançando cada vez mais altura. Ao chegar do lado da meia lua onde brotava sangue vi que eu conseguiria segurar por trás dessa passagem e assim conseguiria lutar contra a correnteza. Ao sentir o sangue comecei a passar mal, então segurei a respiração e no mesmo momento fui coberta por uma fina camada de vidro que cobria todo meu corpo, o calor do sangue não era mais problema e a correnteza quase não atrapalhou minha subida.

Ao chegar perto do outro lado da porta volto a respirar e minha camada de vidro é absorvida pelo meu corpo. Respirar aqui é opcional eu não preciso, mais me sinto muito mais viva quando respiro. Me debruço e com calma e um pouco de receio verifico como está a situação daquele lado, então vejo o Tom lá embaixo me esperando e com pressa uso ossos presos as paredes como base para minha descida. Enquanto desço minha visão fica mais clara e percebo um grande barco atracado na Beirada de um grande Rio de Sangue, lotado de pessoas se atacando e se mordendo.

- Olá Tom desculpe a demora.
- Não tem problema, quando estou longe de você consigo me mover mais facilmente por aqui. – ele me disse sorrindo – enquanto pegamos este barco você terá que realizar uma missão complicada então prepare-se mentalmente ok?

- Olá senhorita – disse uma voz ao lado do barco e então vi uma grande alma negra, com olhos vermelhos segurando um remo e uma sacola de moedas de ouro pendurada na cintura – onde deseja ir?
- Eu gostaria de atravessar o Rio – eu disse de cabeça baixa.
- Para atravessar você deve me pagar duas moedas de ouro – ele me disse estendendo a mão.
- Negocie – disse Tom calmamente.
- Olá senhor , eu poderia lhe pagar depois?
- Me chame de Etagias minha jovem, infelizmente não poso atravessá-la sem um pagamento, você não teria nada de valor?
- Tenho apenas minha alma Etagias, mas caso não lhe pague a viagem, você pode pega-la para você, aceita este acordo?
- Eu sempre quis ter uma alma pra mim - ele disse olhando para suas costas – eu aceito o acordo minha jovem.
Subimos no barco e o Tom se encostou em um pequeno banco perto da beirada do grande barco, enquanto isso Etagias ia remando em direção a uma grande ponte de metal coberta com o que parecia ser ouro.

- Sara, você esta pronta para conseguir seus cabelos de volta?
- Estou sim Tom, é só você me disser o que devo fazer agora.
- Você ao atracarmos deve procurar as moedas para pagar o barqueiro e logo após isso você deve se apresentar ao Nido e negociar com ele seus olhos em troca do cabelo.
- O que? Eu não irei dar meus olhos para este demônio Tom, você esta louco? – disse inconformada.
- Sara, seus olhos ficarão guardados, você precisa apenas trocá-los.
- Vou usar os olhos da Loira?
- Sim, você deve substituí-los agora, pois não teremos mais tempo.
- Devo arrancar meus olhos com o vidro de minhas mãos? – perguntei olhando para minhas mãos sujas.
- Sim, apenas chegue com sua mão perto do fogo e retire seus olhos com a lasca de vidro.

Com calma estendi minha mão para o rio de sangue fervendo onde almas se atacavam arranhando e mordendo umas as outras com uma grande fúria.
A lasca de vidro saiu facilmente da minha mão, com um movimento leve fui aproximando a lasca de vidro do meu olho, e com muita dor senti meu globo ser perfurado e puxado para fora. Logo após tirar o primeiro olho, peguei dentro da trouxa feita com um dos pedaços da bandeira um dos olhos que peguei da loira, e calmamente fui encaixando no buraco vazio. Ao se encaixar senti veias e artérias se movendo em meu crânio fazendo ligações sem minha permissão para que eu pudesse enxergar, em menos de um minuto eu estava enxergando muito bem, mas tudo em preto e branco misturado com algumas cores que se realçavam apenas em alguns objetos.

Com a mesma dor realizei o processo no outro olho também, guardando meus olhos originais na trouxinha de pano. E agora enxergava tudo em preto e branco.

O barco chegou do outro lado e na hora do desembarque o nosso demônio condutor olhou profundamente para mim com seus olhos vermelhos e disse:

- Você pode sair, mas como garantia gostaria de ficar com estes olhos que você retirou em meu barco, você pode deixá-los comigo como garantia?

Tom balançou a cabeça de forma positiva e devagar eu entreguei meus olhos nas mãos do barqueiro que me aguardaria voltar com as moedas de ouro que eu talvez nunca tivesse para entregar a ele.
Ao pisar fora do barco senti medo de nunca ver cores novamente, mas no inferno você consegue sempre distinguir duas cores, preto é sangue ou lava e branco são dentes e ossos.

Ao pisarmos fora do barco vi que estávamos em uma grande ponte de ouro, e muito a frente pessoas caminhavam empurrando grandes moedas de ouro enquanto ratos roíam seus calcanhares e seus pés. Senti um arrepio ao ver a cena.

Logo ao lado da ponte vi o que seria um pequeno castelo feito de ouro, caminhamos rapidamente até lá e entramos sem receio. O castelo era muito grande por dentro e tinha apetrechos grandes localizados nas paredes como armaduras, elmos e espadas de vários países, uma longa escadaria levava a uma grande porta que tinha uma cara de leão incrustada.

Bati fortemente na porta que se abriu logo em seguida, pouco a frente vi mulheres com asas encostadas em um canto. Em cima de um grande trono vi um homem barbudo, quase um gigante com cerca de dois metros e meio de altura, barbudo e muito forte, ele segurava uma enorme lança coberta com pedrinhas, percebi também que ele não tinha um olho. Ao lado de sua cabeça repousam dois corvos que me olham com curiosidade, enquanto emitiam sons que não conseguia entender.

- Olá bela jovem! – ele me disse sorrindo.
- Olá senhor Nido, vim lhe pedir que me cedesse meu cabelo.
- Minha pequena humana, não sou responsável pelos cabelos do inferno ... hahahaha – ele disse dando uma forte gargalhada.
- Você pode pelo menos me ajudar a conseguir meus cabelos.
- Eu não posso ajudar você a conseguir seus cabelos, mas posso te dar um pedaço do meu se você me der algo em troca.
- O que você gostaria em troca de um pedaço do seu cabelo?
- Seus olhos brilham lindamente, como posso fazer para te-lôs?
- Eles estão à venda por um preço justo, mas antes quero meu cabelo.
- Mas antes eu quero seu corpo, acho que você pode esquentar o inferno comigo.
- Como assim? – eu disse surpresa.
- Eu reconheço uma virgem quando vejo uma, e não consigo resistir.
- Eu não sou virgem! Eu fui estuprada!
- Não você não foi minha pequena delicia, você apenas acreditou que foi mas ninguém corrompeu você, consigo ver no seu passado.
- Não lhe darei meu corpo, troco apenas meus olhos!
- Isso não é o suficiente pense a respeito e depois falamos sobre isso. Volte quando quiser. – ele me disse me dando um grande sorriso.

Pensei rapidamente se isso valeria à pena, se deveria me entregar a um demônio do inferno e cheguei à conclusão que eu não teria outra escolha. Ou transaria com ele ou continuaria no inferno pela eternidade.
Procurei Tom perto de mim para me dar algum conselho mas como acontecia às vezes ele desaparecia.

- Nido aceito sua proposta, mas quero meu cabelo para me deitar com você, e também quero 3 moedas de ouro para cobrir uma divida. Você esta de acordo?
- Sim pequeno doce, chegue perto para ter seus cabelos e retire suas moedas na saída assim que eu terminar com você. – ele disse enquanto puxava uma grande quantia de fios da sua cabeça com uma mão, e com a outra mão ia tirando minhas poucas peças de roupa me deixando completamente nua.

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