sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Capitulo 12 – Cara ou Coroa


O sangue do pescoço da mulher escorria pelo chão e então a velha com uma faca, começou cortar a barriga da jovem. Sara então foi acordando aos poucos e segurou um grito histérico ao ver aquela cena. A velha foi puxando o feto para fora da barriga da mãe morta e o levantou até o alto de sua cabeça. A velha então colocou a cabeça para trás e sua mandíbula se abriu de forma extremamente anormal, ela então foi colocando o feto semi-morto em sua boca e começou a engoli-lo. 

O movimento foi muito rápido, uma lamina passou girando por cima de Sara e acertou o pescoço da velha em cheio, a velha e o feto caíram por cima da mãe morta que ainda estava com o pescoço sangrando.

- Não cheguei a tempo – disse o homem branco com cabelos escuros em um pequeno fone que estava pendurado em sua orelha, ele então caminhou até Sara e analisou a ferida em sua barriga.

- Por favor você pode me ajudar? – disse Sara olhando para ele firmemente.

- Você é uma Hibrida? – ele disse apontando uma pistola semi-automática para a cabeça dela – seja sincera.

- Eu não sei o que é isso – disse Sara olhando fixamente nos olhos dele.

- Você é um demônio? Um vampiro? Uma Gárgula? Uma Valquíria?

- Eu não sou um Vampiro nem nada disso que você falou. Mas pelo o que sei já fui um demônio ou quase isso, mas não como essa ae, pelo o que vi aqui eu seria a próxima a virar alimento.

- Está velha que você conheceu é um demônio que estamos procurando a meses. Eles se infiltram nos bairros e começam a fazer pactos com os moradores, oferecendo saúde, cura e dinheiro em troca pede favores como sangue, animais e em casos extremos, fetos e crianças.

- Sei que o papo está legal mas será que você poderia me soltar?

- Se você é uma hibrida com certeza seu corpo está apodrecendo e pelo jeito você não sabe como resolver isso certo?

- É realmente eu não sei. Mas sei que tenho pouco tempo antes de parecer um zumbi podre caminhando por ae. Eu realmente preciso de ajuda e posso te contar toda minha historia se você souber como me ajudar a não continuar apodrecendo.

- Ok – ele então com um canivete foi soltando Sara – e claro me chamo Felipe.

- Sara, prazer em tem conhecer Felipe – ela então percebeu que ele se vestia como um Padre mas sem usar o colarinho branco típico da religião, ele também calçava botas e percebeu que também portava uma arma que quase não aparecia por debaixo da batina.

- O prazer é meu, por favor segure isto - ele então ofereceu a ela uma pequena caixa de prata e ela segurou aquela pequena caixinha sem entender o que tinha dentro - ele então sorriu e pegou a caixinha de volta.

- Desculpe Felipe mas não entendi este sorriso.

- Sara, esta caixinha contem uma relíquia arcadiana em seu interior, ela queima espíritos impuros e tem o poder de afasta-los. Usamos para identificar demônios em nosso plano.

- Nunca acreditei que existiam demônios, anjos ou qualquer coisa assim, na verdade percebo que nunca acreditei realmente em nada, e agora estou presa dentro deste corpo morto e não sei o que realmente estou fazendo aqui.

- Nenhuma alma sai do inferno sem um motivo Sara, seja esta alma pertencente a Deus ou ao Diabo. E como minha caixa arcadiana não te queimou tenho a leve impressão que devo ajuda-la.

- NÃO! Quer dizer não precisa. Eu estou indo muito mal ao aceitar a ajuda das pessoas ou demônios ou sei lá o que você também seja…

- Eu te entendo. Vou esclarecer tudo, só preciso de uma chance. – ele então apontou para a porta onde havia uma SUV preta com mais dois padres na porta a espera, era de madrugada e o bairro da liberdade estava começando a despertar, com vendedores e funcionários chegando aos poucos para começar mais um dia.

A SVU chegou então no Centro de São Paulo, e eles foram caminhando sentido ao monastério de São Bento ao lado do metro de mesmo nome, mas entraram pela igreja e não pela porta do monastério. Ali Sara notou varias caveiras e símbolos esculpidos nas portas e paredes, e se lembrou de ter visto tais símbolos em algumas portas do inferno, aquilo a assustou.

Felipe guiou Sara para o fundo da igreja e lá ela foi recebida por mais dois padres que pareciam seguranças. Eles então desceram algumas escadas e a levaram para uma sala. Ali um senhor de idade os aguardava e seus olhos eram azuis de uma forma quase angelical.

- Olá menina. Me chamo Roberto e quero muito entender o que esta acontecendo.

- Olá, me chamo Sara e realmente quero entender também o que esta acontecendo, tudo ainda esta muito confuso para mim.

Felipe então olhou para Roberto com uma cara preocupada e então, foi ate perto do idoso e falou baixo em seu ouvido, contando um pouco sobre a morte do demônio que acabara de acontecer.

- Sara por favor, nos explique calmamente o que aconteceu com você e como foi que a senhorita teve contato com aquele demônio.

Sara respirou fundo e decidiu contar toda a verdade para eles. Pior do que estava, não podia ficar.... pelo menos era isso que ela achava.



***

Leonard acordou exausto. Simplesmente não se lembrava do final do ritual. E o sitio onde estava, pareceria abandonado se não fosse pela presença de algumas mulheres que arrumavam todo o local e vaziam café e já iniciavam o preparo do almoço.

- Bom dia - disse Fran ao lado de Luana.

- Meninas vocês não vão acreditar no que aconteceu ontem...

- Calma Léo. Nós sabemos estávamos lá. E podemos dizer que deu tudo certo. Mas precisamos que você tenha calma, pois agora as coisas ficarão um pouco mais complicadas pelo Dharma.

- Como assim? – Perguntou Léo se levantando da cama e se vestindo com uma calça jeans, tênis de corrida e uma camiseta cinza com algum escrito laranja no peito. Por algum motivo que ele não conseguiu explicar, ele se sentia muito a vontade com as meninas e não tinha mais a timidez de antes.

* Elas irão explicar para você que agora sua vida irá fluir de uma forma diferente, já que você esta no caminho certo.

Leonard se assustou, e olhou para os lados, não viu ninguém. Ele achava que uma boa parte do que vivenciou no dia anterior era apenas fruto da sua imaginação, mas Silfiun seu guardião estava ali, invisível, indetectável mas com uma presença forte, quase palpável.

Fran e Luana olharam para ele, e então sorriram, Luana complementou.

- Você esta vendo seu guardião correto?

- Sim Lu, mas eu não o vejo, mas parece que ele mora em mim, é estranho...

- Não se preocupe, você esta bem guardado, todos deviam ter um guardião, mas precisam se resolver espiritualmente antes de conquistar um. E existe o fato que algumas pessoas ao invés de criar um Guardião como o seu, criam um Demonaty, algo bem estranho e sombrio. Que bom que você passou no teste – ela disse sorrindo.

- Passei mesmo? Pelo que entendi ontem fui meio que abusado sexualmente por dezenas de mulheres de todos tipos, idades e raças – ele deu um sorriso nervoso lembrando da noite anterior.

- Na verdade foram centenas, Léo – disse Fran – mais bruxas, feiticeiras e sacerdotisas chegaram após o inicio da sua cerimonia. Mas deu tudo certo, o ritual era antigo e fizemos nosso melhor.

Ele se sentou na cama novamente. E Fran continuou.

- Precisamos agora ver os sinais Léo, precisamos ver aonde sua energia vai nos levar, somente ela mostrará a direção para entendermos toda esta loucura que esta acontecendo. Algumas bruxas receberam sinais de que algo muito grande e macabro estava acontecendo, outras tiveram visões do evento que aconteceu no Aeroporto e ate agora não entendemos muito bem o que esta acontecendo, só sabemos que você de alguma maneira faz parte disso tudo.

- Eu não sei se estes sinais que vocês procuram irão realmente aparecer... – nesta hora o celular de Leonard tocou. No display aparecia a identificação do chamador – TIAGO THOY. Ele atendeu correndo.

- Tiago! E ai? Tudo bem cara?

- Olá... é o Léo? – a voz não era do Thiago.

- Sim, sou eu. Cadê o Thiago o que aconteceu? ... Ele tá bem.

- Meu nome é Lucas, é sou primo dele Léo. Estou te ligando porque chegamos hoje em São Paulo e o Tiago foi atacado por três pessoas completamente insanas no Aeroporto. E ele.... – ouve uma pausa – esta em estado bem grave.

- Meu Deus.... vou tentar ir para ai. Preciso ve-lo. Qual o nome do hospital? Eu quero...

- Por favor não venha... Ele conseguiu falar agora a pouco e me pediu apenas para te ligar. Ele disse: ligue para o Léo, pegue o anel, eles querem o anel. Não sei bem o que isso quer dizer mas estou fazendo o que ele pediu.

- Eu entendo.... agradeço o contato. Assim que possível ligo para você neste numero e tento visitar ele o mais rápido possível ok? - Lucas se despediu e desligou o celular.

- Você esta bem Léo – disse Luana se aproximando dele.

- Meu amigo foi atacado por três pessoas no Aeroporto e esta em estado grave... – Nesta hora Léo se levantou e teve uma sensação estranha de clareza – Meninas! Eu sei par aonde devemos ir. Vamos agora mesmo para o Aeroporto.

No carro Léo explicou para as novas amigas que no dia que conheceu Luana ele estava indo buscar uma mala a pedido de Tiago. E que nesta hora que ele teve esta experiência estranha de sair do corpo e ter seu primeiro contato espiritual do outro lado.

- Chegamos! – disse Fran estacionando o carro ao lado do Aeroporto.

A presença da policia ali era muito maior que antes, mas eles perceberam que as autoridades conseguiram abafar tudo o que aconteceu. E leram numa parede próxima uma mensagem que o Aeroporto estava em reforma por culpa de uma explosão em um duto de Gasolina que causou a explosão de vários canos de gás por São Paulo.

- Vocês perceberam que tudo parece estar sendo manipulado de alguma forma para que ninguém saiba de tudo o que aconteceu? – disse Fran.

- Sim, eles não querem que ninguém saiba a guerra que esta acontecendo, bem debaixo do nariz de todo mundo – disse Léo olhando para dentro do aeroporto e vendo todos se comportando normalmente.

Do outro lado da rua um taxista olhava para eles com os olhos dourados e uma expressão de alegria no semblante. Thomaziel esperava ansioso pela volta deles.

Léo, Luana e Fran entraram no aeroporto e foram direto para o guichê onde se confirmaram aonde poderiam pegar uma bagagem reservada. Após serem guiados foram para uma aérea especial de bagagens.

Luana suava frio – Pessoal estou preocupada, ainda lembro como se fosse hoje daquele corpo jogado na esteira sangrando – Léo a olhou preocupado – só tenho medo que ...

- Não vai acontecer nada – Léo sorriu para ela tentando esconder o nervosismo.

Fran respirou fundo e aumentou sua energia para ver se sentia ou via alguma coisa a mais. Ela sentiu uma onda de ansiedade e raiva muito grande sendo projetada para eles.

- Pessoal, eu estou sentid.... – ela foi interrompida pela atendente e decidiu esperar um pouco para passar o que sentia aos seus amigos.

- Olá Senhor Leonard, aqui esta a caixa que seu amigo deixou autorizado para o senhor retirar – ela então lhe entregou um embrulho comum revestido com uma película plástica de proteção de bagagens comuns em aeroportos.

Léo se afastou e sentou em uma cadeira isolada no canto do aeroporto. Sentiu um impulso forte vindo da caixa e decidiu abri-la. Talvez aquela caixa fosse o motivo do espancamento de seu amigo. Tirou um pequeno canivete do bolso e abriu a película plástica. Ali havia uma pequena caixa prata de metal com um aspecto de ser um pouco antiga. E dentro desta caixa de metal Léo achou um anel preto com uma formato de cruz e uma pequena pedra vermelha no meio. Ele ficou admirado com a sofisticação da peça. 

- Léo – disse Fran se aproximando junto de Luana – Estou com um pressentimento estranho tanto do Aeroporto como deste anel – ela observava o anel tentando decifra-lo.

Léo por instinto ou impulso colocou o anel no dedo. Ao fazer isso um pó dourado emergiu de sua pele e abraçou o anel, o mesmo ficou quente e de preto passou para prata. Léo percebeu que este pó era da lança do anjo que ele viu morrer ali mesmo no Aeroporto. O anel em seu dedo então reverberou uma forte energia em seu corpo e naquele momento ele absorveu alguma energia que ele não conseguiu identificar, esta energia circulava por seu corpo e passava pelo anel como se a mesma se renova-se a cada segundo. Léo então sentiu o cheiro de sangue que havia escondido em todo aeroporto por debaixo de todos os produtos de limpeza. Seu olho por alguns segundos ficou vermelho, depois dourado e depois voltou ao normal. Suas tatuagens queimaram e tudo parou, e ele voltou a se sentir normal de novo.

- Meninas, me sinto incrível! – ele disse admirando o anel e dando uma leve sorriso.

Elas o olhavam assustadas. Em seu olhar e na forma que falou elas sentiam uma sedução muito forte, sentiam também um perigo gigante. O sexta-sentido de ambas alertavam que ele não era mais o mesmo. Léo ao notar isso, se levantou e encarou as duas com sutileza.

- Fiquem tranquilas, eu estou bem. Me sinto apenas estranho em relação as outras pessoas.

Neste momento um senhor se aproximou deles, os olhou calmamente e todos notaram que seus olhos tinham um tom estranho que puxava para o dourado.

- Olá Léo. Sei que você não me conhece mas preciso que me passe este anel por favor.

- Desculpe, mas quem é você e porque eu deveria fazer isso? – disse Léo.

- Pode me chamar de Thomaz ou melhor me chame de Tom. Por favor me passe o anel – Thomaziel disse isso sorrindo gentilmente.

- Me desculpe amigo. Este anel não lhe pertence. E nem me pertence. Por favor nos de licença.

Léo então se virou e caminhou para fora do aeroporto, ao passar ao lado de Tom foi agarrado pela gola e levantado facilmente no ar. Luana e Fran olharam para aquela situação sem reação, Fran então em um impulso avançou para cima de Tom. Ele lhe empurrou a lançando no ar com uma força descomunal. Luana então deu um grito ao ver sua amiga sendo lançada para longe. Nesta hora um segurança apareceu e ao ver a situação já pediu reforços pelo rádio.

- PARADO! – gritou o segurança sacando uma pistola. Ele então começou ficou paralisado ao olhar nos olhos de Tom, após isso começou a tremer e seus olhos começaram a virar. Ele então parou e ficou estático.

- Quemmm... é você!? – disse Léo tentando respirar.

- Sou apenas mais um ser de luz em sua vida Léo. Por favor me de o anel – ele então colocou Léo no chão e estendeu a mão o olhando fixamente.

Léo então segurou o anel e começou a tirar ele do dedo. Então pensou no porque dele não ter tomado o anel dele a força. Neste momento o colocou de volta e extendeu a mão para Tom. – Pode pegar você.

Tom o olhou com escarnio, e sua face se enrugou demonstrando fúria.

- Sim... você é esperto. Eu não posso toma-lo. Mas outras pessoas podem, só preciso de um pouco mais de liberdade – neste momento Tom olhou para o segurança, ele neste momento começou a levantar a arma e a colocou dentro da boca. Outros seguranças apareceram neste momento e viram de perto a cena, o gatilho foi puxado e todo o cérebro do segurança sujou o teto e a parede próxima.

Nesta hora Tom olhou para os outros cinco seguranças dali e dois deles começaram a virar os olhos como o anterior a diferença é que eles não ficaram parados. Ambos começaram a atacar ferozmente os outros seguranças.

Luana estava assustada assistindo a cena ao lado de Fran que tinha desmaiado por ter batido a cabeça em um balcão ao ser lançada. Após um dos seguranças ter morrido a mordidas, Tom olhou para Luana e ela congelou. Ao notar isso Léo gritou e deu um soco no rosto de Tom.

Um clarão visto apenas por médiuns foi notado a quilômetros. O anel quebrou o maxilar de Tom, e sugou muito de sua energia. Luana neste momento voltou ao normal, e um dos seguranças que estava tentando atacar aos outros parou e retomou a consciência na hora.

Tom de joelhos, olhou assustado para Leonard – Você não deveria me acertar, isso é impossível – ele disse enxugando um sangue dourado que agora escorria de sua boca – você é apenas... um Humano.

Léo sentiu uma energia revitalizante preenchendo seu corpo vindo do anel. Seu olhar se focou e ele sentiu o tempo passando de uma forma diferente.


- Pelo jeito eu posso te acertar sim – ele então avançou acertando mais um soco!
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